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segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

meme de fim de ano

Esse vai ser o terceiro ano preenchendo o mesmo meme. Ia apagar os textos antigos, mas como agora não tem mais histórico de nada do blog antigo, resolvi deixar. 

Bora ver o que eu - bobinha - queria pra 2012. E o que de fato eu levei.

Bora ser bobinha de novo e ver o que eu quero que valha pra 2013.

1. Onde você estava quando 2010 começou?
Em casa, na cidade siderúrgica, com a família.
Comecei 2011 numa festa, na Lagoa, cercada de amigos queridos, absolutamente bêbada, andando de cisne pedalinho com leo, de roda gigante com eric e fazendo promessas de maridos e filhos pra daqui a dez anos com napaula querida.
Comecei 2012 na cidade siderúrgica com a família e meu menino. Primeiro ano novo acompanhada, fazendo planos pra vida. :)

2. O que você fez em 2010 que você nunca tinha feito antes?
Perdi a vergonha de ir trabalhar de saia curta. 
Comecei a usar maquiagem colorida.
Beijei um menino ruivo. (badge conquistada, hoho)
One night stand. (porque já era hora)
2011 foi ano de coisas muito inéditas. Virei namorada. <3 
Fui promovida, fiz uma cirurgia nos pés. Troquei de firma.
2012 foi o ano em que eu fui morar junto com meu menino. O que tem sido bem incrível. Decorei casa, gastei fortunas com cadeiras e móveis de pés palito.
Virei gestora, passei a ter equipe, e me surpreendi vendo o quanto eu não gosto da função.
Questionei cada uma das minhas escolhas profissionais. Pedi demissão sem saber pra onde ia. Fiquei quatro dias desempregada. Comecei um trabalho novo.
3. Você manteve suas resoluções de fim de ano e fará novas para 2010?
Não mantive a principal, que era passar o ano sem brigar com ninguém. Repito, então, a resolução para 2011.
A nova resolução de fim de ano vai ser fazer menos drama, me rasgar menos, ser mais blasée.
2011: Consegui não brigar feio com ninguém. Fiz drama, mas acho que menos que o normal.
Pra 2012, eu quero o mundo. Casa nova, com meu menino. Meus amigos a poucos quarteirões, como tem sido. Conseguir deixar o trabalho no trabalho. Esse vai ser o maior desafio. 
2012: Briguei feio com um (ex)amigo, briguei meio feio com uma amiga (mas já nos acertamos), me distanciei de gente que não me fazia bem. Fiz drama pra caraleo, mais que em 2011. Minha casa com meu menino é o melhor lugar do mundo. Os amigos estão por perto. O trabalho me acompanhou que nem uma sombra maldita por onde eu andei. Machucou mais do que qualquer outra coisa. Pra 2013, eu quero paz. Quero me sentir segura com as minhas escolhas, quero conseguir fazer o que eu sei fazer bem. Quero deixar trabalho no trabalho, e vou continuar tentando.
4. Você foi a algum show em 2010?
Placebo, pela terceira vez. E só. Shame on me.
2011: Katy Perry fofa, de surpresa e de graça, com meu menino. Broken Social Scene, Interpol, Beady Eye. The Strokes, o que eu mais queria, um check pra vida. Planeta Terra, seu lindo. <3
2012: Fui nada. Toda uma posição política recém adotada contra essa máfia dos ingressos. 
5. Você procurará um novo emprego em 2010?
Eu amo o meu trabalho. Mas, se precisar, se eu achar que é hora, sem dúvida nenhuma.
2011: Precisou, achei que era hora, procurei, achei, troquei. Tá um perrengue só, mas eu continuo apostando.
Pra 2012, se for hora de andar, eu ando. Não sendo, eu continuo. :)
2012: Repito aqui as mesmíssimas palavras de 2011. Precisou, achei que era hora, procurei, achei, troquei. Tá um perrengue só, mas eu continuo apostando.
Pra 2012, se for hora de andar, eu ando. Não sendo, eu continuo. :)
6. Você bebeu muito em 2010?
Porres históricos. A maioria causada por vodka. E um tiquinho de tequila.
2011: Dois porres importantes. Um deles logo no início do ano, quando o namorado ainda era o menino que eu estava conhecendo e me resgatou pendurada na janela do 4o andar, gritando pra ele subir. O segundo na casa do namorado querido da roomie fofa, em que eu fui flagrada declarando amor eterno amor verdadeiro, a todos os queridos que surgiam na porta. Depois deitei no colo do meu menino e dormi o sono dos justos. ˆˆ
2012: Bebi foi nada. Nenhum porre importante. Virei moça comportada. Boring. Quero pelo menos um porre em 2013. E tenho dito.
7. Você viajou nas férias? Para onde?
Viagem agora de fim de ano, pra visitar queridos do Rio, trazendo os queridos de São Paulo. Colisão de universos, trabalhamos.
Viajei pro Rio, casei Anne Louise. Viajei pra Niterói pra casar outra amiga de infância. Viajei pra cidade siderúrgica, onde fiz um extreme makeover nos pés, o que permitiu o esmalte escuro que eu estou usando nesse exato momento.
2012: Não tive férias, não tive folgas. Finais de semana na cidade siderúrgica e em Campos do Jordão, e um em Golçalves, uma cidadezinha no sul de Minas deliciosa, acompanhada de algumas das minhas pessoas favoritas no mundo. 
8. Qual foi sua maior conquista em 2010?
Autoestima estampada no espelho. :)
2011: Amor correspondido. Olhos verdes me olhando logo de manhazinha. Mãos dadas na rua. Telefonemas de boa noite. Casa com roomate fofa cheia de amigos, com comida quente e sobremesas gostosas. Gadgets espalhados. Duas promoções, uma troca de emprego, salário mais que dobrado em um ano. Veneceous na mesma cidade, no mesmo bairro, rua de trás. :)
2012: Um casamento. Não a festa, o ritual. Ganhei o dia-a-dia, o domir e acordar juntos, a divisão de contas e responsabilidades, a sensação de construir algo maior, a dois. Tomei de volta, à força, a minha carreira nas mãos, abandonei um lugar que parecia seguro mas me fazia extremamente infeliz. Troquei de emprego, de coworkers, de responsabilidades, de horizontes.
9. Se você pudesse voltar no tempo, para qualquer momento de 2010, e mudar alguma coisa, o que seria?
Eu mudaria a briga com o ex melhor amigo. Apesar de saber que por causa dela eu sou uma pessoa infinitamente melhor.
2011: Mudaria NADA. Nada mesmo. Ok, talvez eu deixasse pra depois algumas sobremesas que me arredondaram os quadris. =/
2012: Eu teria me libertado de wonderland antes, se soubesse efetivamente o que fazer. 
10. Você ficou doente ou ferido?
Fiquei afônica umas quatro vezes. Ferida eu fiquei, de morte, com a briga com o ex-melhor amigo. Já estou melhorando.
2011: Tirando uma gripe terrível na volta das férias, nada de mais. E uma alergia que veio e foi embora misteriosamente.
2012: Somatizei cada um dos meus aborrecimentos de trabalho. Fiquei doente várias vezes. Tive uma intoxicação alimentar seríssima em julho. Nunca vomitei tanto na minha vida. Achei que ia morrer.
11. Qual foi a melhor coisa que você comprou?
Outro iphone, depois do primeiro ter sido roubado. O Ipad, agora no finzinho do ano. Minha jaqueta bege da Zara.
2011: Um macbook air. Um iphone 4s. Um aquecedor incrível. Um carro novo. Jaqueta preta na Zara. Tênis de oncinha. Oxford dourado. Sou consumista.
2012: Comprei coisa pra caramba. Quase não incluí roupas nessa brincadeira, e é justamente o que eu preciso comprar, agora. gastei com cadeiras, móveis de pés palito caros e lindos. Mobiliei boa parte da casa. Comprei a máquina de lavar roupas mais incrível da vida, só falta dizer bom dia.
12. Quais são as pessoas cujo comportamento mereceu aplausos?
Alguns amigos. Eu, pra algumas coisas.
2011: Alguns amigos. Eu, pra um monte de coisas. :)
2012: Meu menino. Eu, bem no finalzinho, tomando pra mim a responsabilidade pela minha carreira.
13. E quais são as pessoas cujo comportamento você reprovou?
Alguns ex-amigos. Eu, pra algumas coisas.
2011: Nem tomei conhecimento.
2012: Dessa vez, super tomei conhecimento. Prêmio máximo para o ex amigo ex chefe que me ameaçou com a história do blog antigo. Menina ruiva, aquela imbecil, tornando a minha ida um inferno na grande corporação, e provando que nem era tão esperta assim escolhendo sua realocação em um projeto completamente falido. Daniel virando um coxinha que só sabe alardear o quanto é inteligente e especial nas redes sociais. Eu gostava quando ele era simples. E gentil.
14. Onde você investiu a maior parte do seu dinheiro?
Contas, vestidos, gadgets e festas.
2011: Gadgets, contas, jantares e vestidos, nessa ordem.
2012: Móveis, eletrônicos, restaurantes.
15. O que te deixou muito, muito, muito feliz?
Minha festa de aniversário, juntando algumas das pessoas que eu mais amo no mundo.  Minha casa sempre cheia de gente querida. 
Alguns resultados no trabalho.
A notícia de que Veneceous vem vindo morar em SP, agora no inicinho do ano. E que os nossos cafés da manhã de domingo, hoje via skype, poderão ser ao vivo.
2011: Meu menino. Meus amigos por perto. Minha casa cheia de queridos.
Minha promoção, meu trabalho na firma colorida sendo reconhecido. Meus projetos no ar, nos gadgets das pessoas. Minha troca de firma.
2012: Meu menino. Meus amigos. Minha casa ficando do jeito que eu queria.
16. Qual música sempre vai te lembrar de 2010?
The Suburbs, do Arcade Fire.
2011: Parachute, do Sean Lennon.
2012: Vienna, do Billy Joel.
17. Comparando este momento com o que você viveu exatamente um ano atrás, você está mais feliz ou mais triste?
Absurdamente mais feliz. Nem se compara. \o/
2011: Mais feliz ainda. Isso é possível, produção?
2012: Mais feliz ainda. Minha vida é bem boa.
>> mais magra ou mais gorda? Igual. O que é um excelente sinal, hoho. \o/ Mais gorda. O que ainda significa magra. O que não deve ser de todo ruim. =P Igual, levemente mais magra. Muito levemente mesmo.
>> mais rica ou mais pobre? Mais rica. \o/ Mais rica. \o/ \o/ \o/ Mais rica ainda. Rhycah. Beijos.
18. O que você queria ter feito mais? 
Fui pouquíssimo ao cinema. Vi pouquíssimo os meus seriados. Dormi menos do que precisava.
2011: Igual 2010. =/
2012: Queria ter viajado mais. Dormido mais. Ido mais ao cinema.
19. O que você gostaria de ter feito menos?
Bebi mais Coca-cola do que deveria ser permitido.
2011: Bebi mais Coca-Cola ainda. #somebodypleasestopme
2012: Bebi mais Coca-Cola ainda. Se é que isso era possível.
20. Como você passou seu Natal?
Bem, em família.
2011: Em família, como deve ser.
2012: Em família, como deve ser. Uma maratona pra aproveitar a família do namorado e a minha, a 350km uma da outra. Mas deu certo.
Não existe a 21…
22. Você se apaixonou em 2010?
Não. Mas me encantei com alguns rapazinhos. :)
2011: Perdidamente, e o melhor. Correspondidamente. Se é que a palavra existe.
2012: Mais ainda. Pela mesma pessoa. Todos os dias.
23. Qual foi a maior mudança para você em 2010? 
Amigos. Troquei a maioria, por necessidade. Troca válida, troca incrível.
2011:Virei namorada. Troquei festas por finais de semana a dois. Nem senti falta. :)
2012: Virei senhoura casada. E estou adorando.
24. Quais foram os seus programas de TV favoritos? 
Seriados: Greys Anatomy, The Big Bang Theory, How I Met Your Mother.
2011: Greys Anatomy, How I Met Your Mother, X Factor, Top Chef, The Walking Dead.
2012: Greys Anatomy, How I Met Your Mother, X Factor, The Walking Dead, Revenge.
25. Você odeia alguém agora que você não odiava há um ano?
Não. Mas teve gente que morreu, pra mim, esse ano. Morte sofrida e necessária.
2011: Não. E isso é um bom sinal.
2012: Sim. Ex amigo ex chefe, menina ruiva.
26. Qual foi o melhor livro que você leu? 
Gente, que horror. Não li. Hello. Sou burra?
Em compensação, li todos os blogs do muito, muito, todos os dias. Vou listar depois.
2011: Não leio mais. Lidem com isso. Next.
Mentira, to na biografia do Steve Jobs. Aquele perturbado. :)
2012: Li nada. Continuem lidando.
27. Qual foi a melhor descoberta musical?
Redescobri Arcade Fire. E Placebo. E Alanis, quem diria.
2011: Sean Lennon. Noisettes. Mika.
2012: Adelle. Coisinhas antigas de Phoenix.
28. O que você queria e conseguiu? 
Várias coisas. Recuperar o tempo perdido na firma colorida, fazer amigos novos.
2011: Tudo o que eu quis, eu consegui.
2012: Eu quis me libertar de Wonderland. Eu quis ser feliz na vida pessoal. Eu quis me recolocar profissionalmente. Check, check, check.
29. O que você queria e não conseguiu? 
Eu queria não brigar. Eu briguei mais do que devia ser permitido.
2011: Gente, nada. Virei shiny happy people. HELP.
2012: Não consegui fazer o projeto funcionar em wonderland. E isso foi MUITO frustrante.
30. Qual foi o seu filme favorito em 2010? 
Deixe ela entrar, que só vi esse ano. A Onda, alemão, incrível. Achei Inception bom, mas não, não é o novo Matrix.
2011: A pele que habito. Almodóvar, querido. Dá cá um abraço. <3
2012: Gente. Não sei?
31. O que você fez no seu aniversário (e quantos anos você tem)? 
Fiz 31. Juntei todo mundo no karaoke.
2011: Fiz 32. Amigos e namorado numa cantina italiana.
2012: Fiz 33. Fiquei quietinha, dias depois de ter pedido demissão. Almocei num restaurante alemão com meu menino e tentei fingir que não era meu aniversário.
32. Que coisa teria tornado seu ano imensuravelmente melhor?
Ele foi um bom ano. Tenho reclamações não.
2011: O ano foi bom. Foi bem bom mesmo.
2012: Um monte de coisas, todas relacionadas a trabalho. A vida pessoal foi incrível.
33. Como você descreveria seu conceito pessoal de moda e estilo em 2010?
Encurtei a franja e as saias.
Fiz experimentos com maquiagem colorida e delineador.
2011: A franja se manteve curta, o cabelo cresceu. As saias precisaram de meias na troca de firma. Grandes poderes, grandes responsabilidades. Venho aqui ensaiando um visual mais sério, e  falhando miseravelmente. As unhas ficaram curtas, quase sempre roídas. Mas coloridas sempre que possível. Vestidos tomaram conta do armário. Muito batom vermelho e delineador. Porque franja curta pede. ;)
2012: Me perdi de mim mesma, quase virei uma das pessoas de wonderland, com um corte de cabelo boring e roupas sóbrias demais. O alarme soou, resgatei a bota de oncinha e comecei a dar tapas na cara da sociedade. Cortei cabelo, depois cortei mais ainda, chanel bem curtinho. Abusei das pérolas e do delineador, uma coisa meio francesa. Mantive as saias curtas, as unhas passaram 2/3 do ano roídas (mas agora eu parei, mesmo mesmo).
34. O que manteve sua sanidade?
Terapia, uma vez por semana. Senão, nem sei.
2011: Terapia e meu menino.
2012: Terapia e meu menino. Sempre sempre.
35. Qual celebridade/figura pública que mais te fascinou?
Hum. Não sei.
2011: Não sei. Fiquei sofrida com a morte do Steve Jobs e temo sinceramente que demore a surgir alguém como ele.
2012: Lana Wachouski, diretora de Matrix, que fez a transição (de Larry pra Lana) esse ano. História linda mesmo.
36. Escolha o trecho de uma canção que melhor resume seu ano de 2010.
Sometimes, I can't believe it. I'm moving pass the feeling again.  - The Suburbs, do Arcade Fire.
2011: If life is just a stage, let's put on the best show, and let everyone know. - Sean Lennon, cantando lindo em Parachute.
2012: Mercy this and mercy that let's justice prevail. But I just want my trophy back it's not for sale.
37. Do que você sente falta?
Do ex melhor amigo, em momentos específicos.
De Julinha do lado, o tempo todo.
Das meninas do MBA juntas, em volta de mim. No Gula-gula. Comendo salada de carne desfiada.
2011: Da Julinha. Dos queridos da firma colorida, agora que eu não os vejo todo dia. 
2012: Julinha, sempre. Queridos da firma colorida, sempre.
38. Quem foi a melhor pessoa que você conheceu em 2010?
Japa colorida, que eu já conhecia. 
O coworker que ainda não tem apelido.
As meninas coloridas da firma, que saíram do lugar de coworkers e viraram pessoas favoritas no mundo todo.
2011: Meu menino. 
2012: Alguns novos queridos de wonderland. Coloco nessa lista Serena, que eu trouxe comigo pra vida.
39. Conte uma lição de vida importante que você aprendeu em 2010.
Nem sempre as coisas têm conserto. E, sim, a gente sobrevive. 
2011: Pra quem sabe onde vai, qualquer lugar é caminho. E não existe salto sem vertigem.
2012: Eu presto contas àquela menina que chegou em são paulo cheia de planos de uma vida grandiosa. E as expectativas dela são altas. Eu jamais vou deixar o controle da minha carreira nas mãos de uma empresa novamente. Esse controle é meu. Só meu.
40. Quais são os seus planos para 2011?
Ser mais blasée, quem sabe.
Falhei miseravelmente na arte de ser blasée em 2011. QUE BOM, viu?! Sou intensa, tem jeito não.
Planos pra 2012? Mais do mesmo, muito mais. :)
2012: Eu quero paz, quero um ano tranquilo, de trabalho, de realização profissional. Quero começar a guardar dinheiro. Quero viajar mais com meu menino. Ganhar o mundo. :)

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

eu nem me lembro mais

da última vez que eu trabalhei entre natal e ano novo. não lembro MESMO. na oficina colorida eu tirei folga, o que rendeu uma briga quase que violenta com evil manager. na firma colorida também, eu pegava meu banco de horas e a vida corria feliz. voltava em janeiro, tudo certo. ano passado, em wonderland, novamente tirei uma semana, que passei sendo linda no rio de janeiro com o namorado, frequentando todos aqueles restaurantes que me fazem tanta falta aqui em são paulo. antes disso, no rio, eu não faço a mais remota ideia de como era essa época do ano. passei dois natais na mesma firma, e acho que se eu tivesse tido que trabalhar nesse período eu me lembraria.

eu me lembraria, fato. porque, MERMÃO, QUE DERROTA.

firma nova vazia, eu jogada na mesa, meia dúzia de gatos pingados. eu até tenho trabalho, veja bem, fiquei esperando um trabalho feito por uma agência e que eu precisaria validar antes de passar pos caras do desenvolvimento, que fica nos estados unidos. e nada do e-mail chegar. já tinha até deixado a menina fofa do sul que ia me ajudar com a validação a postos, mas minha caixa de entrada de email atualiza e nada novo aparece. vez por outra o chefe do chefe pergunta como estão as coisas, eu digo que na mesma, ele suspira e vai embora. e eu aqui. esperando um bendito de um conference call que só vai acontecer às 19h. e que era, de longe, a minha maior obrigação do dia. quando eu terei o imenso prazer de dizer pros caras, EM INGLÊS, que o trabalho que eu estava esperando chegar pra validar e então mandar pra eles não chegou. i am so sorry. happy new year.

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

2012, vamos lá.

o ano mais arrastado profissionalmente desde que eu cheguei em são paulo. questionei minhas habilidades, minhas crenças, me senti paralisada, numa espera que parecia não ter fim. 

fui morar junto com meu menino. dinheiro veio fácil, mas eu tratei de fazer ele ir embora com a mesma velocidade: gastei fortunas com cadeiras, eletrodomésticos, luminárias. a casa ganhou ares de lar, ganhou livros em estantes de fundo amarelo, ganhou um bar pra boêmio nenhum botar defeito. a parede foi pintada de verde água, a mesa ganhou uma luminária pendente lindona. a cama ganhou criados mudos de pés palito. 

briguei com o ex amigo ex chefe, cancelei o blog, me afastei de daniel, que virou uma pessoa pretensiosa e grosseira. recuei uns passos e espero ansiosa que ele volte a ser o querido que eu conheci. até lá, capa da invisibilidade. briguei com a mari, mas deu tempo de nos acertarmos, com a mensagem mais fofa no dia do meu aniversário. 

emagreci um tiquinho, continuei bebendo coca-cola como se não houvesse amanhã (acreditem, muitas das vezes, não houve). não me exercitei, não comecei a correr, não consegui tornar a minha alimentação mais saudável. fail. consegui me livrar de boa parte das tralhas que se acumulavam nos armários, mantive a terapia. 

abandonei os cabelos compridos e voltei a me reconhecer no espelho. consegui parar de roer as unhas (bem no finalzinho do ano \o/). troquei de faxineira, troquei de trabalho. comi um monte de picolés de brigadeiro para tentar acalmar toda a confusão que se abateu sobre mim. 

conheci gente legal, mantive os queridos por perto, trouxe serena van der woodsen de wonderland para a vida. vi três amigas queridas terem bebês, e vi nascer em mim um amor que mal me cabe por esses pequeninos. virei tia. :) 

quis um cachorro e perdi essa briga pro namorado. justo. ganhei outras tantas. vou tateando, descobrindo aos pouquinhos como é dividir a vida com alguém. acordar e dormir junto, dividir as contas, os problemas, as alegrias. é uma vida boa, boa. ainda me embanano quando me perguntam meu estado civil. mas, se isso não é casamento, nada mais é. <3

sigo na saga da decoração. falta pintar os quartos, colocar um tapete novo na sala. falta fazer o open house que a gente adia há tanto tempo. quero encher a casa de gente de novo. 2012 foi ano de casa vazia, foi ano de tratar o apartamento treze como esconderijo, onde eu ficava quietinha esperando o drama passar. o drama está indo embora, e eu sinto falta dos amigos no sofá roxo e dos almoços improvisados. isso é plano pra 2013.

a vida foi pesada, muito pesada, mas eu não ouso dizer que foi um ano ruim. minha vida é tão boa, tão incrivelmente boa, eu sou tão feliz. 2012 foi um ano necessário. 

pra 2013 eu espero uma vida leve. e só. :)

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

desterritório

resolvi tirar um tempinho e olhar os textos antigos. 

MERMÃO, como eu sinto falta do blog antigo. tem que se segurar muito pra não voltar correndo pra lá, onde o chão é firme e as paredes são acolchoadas. mas aí tem AS PESSOAS. todo mundo conhece, todo mundo lê. todo mundo acha alguma coisa. dispenso. tem que criar esse espaço confortável aqui, e eu sinceramente acho que é trabalho pra mais tempo. minha história não está aqui. quem leu, leu, quem não leu, precisa pegar o bonde andando. esse apartamento não tem amigo lendo, tirando uns pouquissimos que eu escolhi a dedo. o apego ficou lá. esse maldito apego.

daí vim pra cá, continuando a história. passei tanta raiva esse ano. meus posts são todos sofridos, alguns foram até difíceis de ler. passei os olhos, apenas, torcendo pra não precisar me sentir mais daquele jeito.

a vida está mais calma. quer dizer. calma não, né? está muitíssimo agitada, me atropelando barbaramente. a cabeça começou a acalmar. há um mês, eu sofria antes de ir pro trabalho. eu não estava preparada pra encarar a vida do lado de fora das paredes de casa. hoje, até já consigo. a adaptação às pessoas está caminhando. os almoços começaram a ser menos sofridos, mas ainda não estão confortáveis. eu mal sinto o dia passar. entraram as viagens na minha rotina e aparentemente elas continuarão por um tempo. quarto de hotel, mala sendo carregada pra cima e pra baixo. mais adaptação.

se tem uma palavra pra resumir 2012, ela foi desterritorialização.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

"2012 foi o ano em que eu perdi a inocência."

isso quem diz é a Ana, querida. obviamente ela fala se referindo à própria experiência. eu a coloquei em wonderland. durante algum tempo eu me culpei por isso, assim como culpei o ex amigo ex chefe por ter me levado pra lá.

2012 foi o ano em que eu perdi a inocência. isso quem diz, agora, sou eu. porque eu vi na ana um espelho do que aconteceu comigo. todos os sonhos, as construções que a gente cria na nossa cabeça, de tudo o que vai conseguir fazer. o dia a dia, as dificuldades, as frustrações. chegou um momento em que wonderland me varreu de mim mesma, me devastou. eu precisei ter coragem de ir embora, porque era como se eu estivesse me perdendo. e eu fui.

a vida não tem sido fácil aqui fora. eu fui ver qual era da vida, e as coisas aconteceram muito rápido, e novamente eu fui atropelada. eu ainda choro, mas não tanto. eu ainda me desepero, e quero ficar quietinha, em posição fetal. cada dia menos, é verdade. hoje eu faço um mês na forma nova, firma que nem nome eu dei ainda, porque eu fiquei ali, tateando, sem saber por onde andar.

nesse último mês a vida ganhou tensão, ganhou novos medos, mas acima de tudo ganhou perspectiva. tem outra bagunça grande pra arrumar, tem trabalho pra caramba pra fazer. tem gente boa olhando pra mim e depositando expectativas no meu trabalho. e isso é meio que novo. eu sempre tive expectativas altas pra mim. sempre. é essa voz perdida no fundo da cabeça, dizendo que eu fui feita para coisas grandiosas. eu sempre esperei muito de mim.

e pela primeira vez, em 33 anos de vida, em 4 anos de são paulo, eu vejo pessoas esperando muito de mim. eu poderia me assustar, mas não. ver o quanto me acham boa, o quanto contam comigo pra fazer o projeto acontecer me enche de vontade, e me enche de calma. eu sei que eu dou conta. eu simplesmente sei.

é isso, virei adulta. chego a essa conclusão sozinha, com saudades do meu menino, a mais de mil km de distância, num quarto de hotel em porto alegre. o dia foi de reuniões, e esse lance de viajar a trabalho ainda é muita novidade pra mim. me embanano com o que posso levar na mala, com o checkin no hotel. todas essas coisas que eu não conheço, que são novas. não me embanano com as reuniões, sei o que deve ser feito, saio do meu corpo e me observo a distância, discutindo, argumentando. me acho tão séria. tão dona do meu chão. eu gosto do que eu vejo.

2012 foi o ano mais sofrido, mas também o ano que mais me ensinou profissionalmente. me tirou as certezas que eu tinha, e bem no finalzinho, me devolveu tantas outras. eu estou equipada para lidar com muito mais coisas do que eu estava há um ano atrás. estou mais pronta, mais segura. ainda sofrida, ainda me adaptando. mas ok. absurdamente ok com o caminho percorrido até aqui.

:)

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Comemoremos

daí você pensa, né? a vida tá estranha, a vida tá esquisita. você vai sobrevivendo, tentando administrar os problemas que surgem. sonha com trabalho, sofre porque vai ter que demitir o menino designer, sofre porque vai ter que dar feedback. sofre porque tem um tanto de coisa que você não entende e que todo mundo joga nas suas costas pra você resolver.

gerente de resolve essa porra, era o nome que o ex amigo ex chefe dava pra esse tipo de posição que aparentemente eu ocupo agora.

to lá, sofrendo. chamo o menino designer na salinha de reunião, para o primeiro feedback da vida.

e antes mesmo que eu começasse a falar, O MENINO SE DEMIIITE.

mal pude esconder meu sorriso. aproveitei, já com a leveza da notícia, pra dizer o que eu andava pensando sobre o funcionamento dele, disse que eu dava a maior força do mundo pros planos dele, e que se você não está feliz, é mesmo um favor que faz em ceder a vez.

menino designer vai EMPREENDER, segundo palavras próprias.

eu temo pelo mercado.

agora me deixa, que eu vou ficar um pouco feliz. só por hoje. eu não preciso demitir a criança de barbicha. dentro de pouco tempo, eu não vou nem precisar olhar pra cara dele aqui do lado, cheio de janelinhas de gtalk (algumas me maldizendo, aposto, beijos).

sábado, 8 de dezembro de 2012

Sampa

O ano vai avançando para o fim, e eu começo a ganhar perspectivas.

Minha homologação de wonderland foi essa semana. Foi uma semana pesada, coincidiu com a minha primeira viagem a trabalho, a primeira da vida, e aparentemente a primeira de muitas. A homologação foi no centro de São Paulo, e desde o assalto eu ando bastante assustada de andar na rua. Bastante mesmo. Fui de metrô, um calor de matar ainda antes de 9h da manhã. Olhei o mapinha do Iphone e estava ali, do lado do cruzamento da Av. Ipiranga com a Av. São João. Eu fiz 4 anos de São Paulo e não me acostumo. Abri um sorriso e mudei o caminho. Parei embaixo da placa, esqueci o meu medo só um tiquinho e fotografei. Eu amo essa cidade. Eu passo todos os perrengues do mundo, eu tive um ano bastante difícil, mas eu estou aqui, ainda escolhendo os meus caminhos. 

Sou dada a clichês. 

<3


Wonderland, cumprindo o papel de empresa absolutamente clueless na hora de fazer contas, gastadora absurda de dinheiro, errou na minha rescisão. Pra MAIS. Eu podia ter reclamado, ter dito que não, espera, vocês estão me pagando férias vencidas duas vezes, mas resolvi ficar quieta. Agradeci, peguei o papel, confirmei que lá atrás, quando eu tinha feito a minha estimativa do que eu levaria na rescisão, eu estava era certa. Sou ruim pra caramba em matemática (minha inteligência migrou para outras coisas, beijos), eu sempre acho que o erro de cálculo é meu. Nem era. Eles erraram, erraram feio. E eu serenamente decidi ficar quieta, e considerar o extra um agradinho, um adicional por aborrecimento, por todo o inferno que eu passei nesses 14 meses.

Fora isso, tem mais. Quando eu entrei em wonderland, ganhei quatro assinaturas de revistas da empresa. Revistas que todo mundo conhece, aqueeeelas. Escolhi duas de moda, uma de noticias semanais e uma de negócios. Fui informada que, ao final do contrato, as revistas deixariam de chegar na minha casa. Justo.

Pois bem.

dezembro, dois fucking meses depois, eu continuo lendo notícias semanais (e discordando barbaramente das opiniões da publicação, continuo sabendo o que está em alta para o verão, e quais são as melhores empresas para se trabalhar segundo algum tipo de pesquisa, pesquisa que sempre aponta a grande corporação como uma das vencedoras.) 

Haha. Conta outra.

Wonderland me deu coisas. Me deu as revistas, boa parte das coisas caras que colorem a minha casa, um tantão de aborrecimentos. Agora, aqui de fora, eu tenho perspectivas. Wonderland me deu mais que isso. Me deu Serena, a maior aquisição dos últimos dois anos. Ontem, enquanto ela contava da sua última entrevista e da viagem que fará dentro de alguns dias, das desventuras do namoro desfeito, eu sorria. Eu sempre carrego pessoas comigo. Wonderland me trouxe Serena, querida. O resto, as coisas que eu tenho descoberto que eu trouxe de wonderland, eu conto depois. Vai pro meu post de fim de ano. De retrospectiva. Que ano.

Que bom que está acabando. Foi importante, mas foi sofrido para caraleo. Que venha 2013.

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Monotema

O menino designer me dá nos nervos. Qualquer problema que eu aponte ele aponta mais 15, diz que é tudo uma bagunça e que tem que começar do zero. Eu peço que ele esqueça o resto e se concentre naquele problema especificamente, e me ajude a encontrar uma solução. Ele fica reativo. Diz que não tem culpa de nada, que nada foi feito direito, que os problemas existem desde 2006. Ele está ali há dois anos, então eu penso que alguma responsabilidade ele tem. Eu não estou colocando a culpa nele. Mas eu preciso que ele se descole dos problemas e comece, de fato, a me ajudar com as soluções.

E ele reativo, dizendo que não tem culpa. Alguns dos erros estão em layouts que ele fez. Ele não resolveu nenhum dos problemas que surgiam, só fez o que pediram e escondeu mais coisas embaixo do tapete.

Eu estou ali, olhando embaixo do tapete. Tirando sujeira por sujeira. E ele dizendo que não tem culpa. Um looping eterno.

Eu preciso conversar com ele, pontuar as coisas erradas que andam acontecendo.

EU. QUE CHOREI DEMITINDO A FAXINEIRA AINDA OUTRO DIA.

Eu não vou poder chorar conversando com ele. Vou ter que ser dura, desligar essa coisa extremamente passional que eu tenho. Ligar o modo menina ruiva. Ser firme. Ele precisa ser avisado que não está funcionando, que eu espero coisas que ele não está entregando.

No final, eu já sei que eu vou demitir. A cada dia que passa, a cada merda que ele fala, e ele fala muita merda mesmo, a cada coisa que ele não faz, ou faz errado, a coisa fica mais urgente. Eu preciso que ele suma da minha frente. Fui pesquisar o perfil dele, e ele tem dois anos de empresa, nunca foi promovido e nem teve aumento. Nunca pediu nada disso. Nunca reclamou, nunca ameaçou sair, nunca saiu. Antes disso, cinco anos em outra empresa. O salário dele é bem baixo, eu fico chocada de ver como ele não se moveu ainda pra mudar essa situação. Ele fica aqui do lado, existindo. Ocupando o lugar de alguém que podia me ajudar muito mais. Gastando oxigênio.

Não posso demitir de surpresa. Ele tem que saber, tem que ter sido avisado que não tava funcionando. Preciso ter alguém escolhido e pronto pra começar. É muita coisa pra fazer. Nada é simples.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

MANO

eu nem sei como começar a descrever o tanto de bobagem que o menino designer diz. pior ainda. que ele pensa. ele tenta puxar assunto, mas só fala merda. quarta-feira ele me perguntou o que eu achava da coisa mais básica que se aprende quando se faz o que eu faço. tipo. primeira lição, isso. tipo pra um médico, a importância da tarefa de costurar pacientes depois de uma cirurgia.

eu disse o que achava. que era a coisa mais importante.

ele encolheu e gaguejou. ééé.

(eu sei que ele tava questionando, que ele não achava importante. o pobrezinho queria que eu concordasse com ele, e ele genuinamente acreditava que eu ia concordar, dizer que era bobagem.)

não era.

fiquei sem acreditar na pergunta.

sexta-feira eu pedi pra ele propor uma solução pra um problema que a gente tava tendo no site. e ele me propôs um troço que é ilegal. ILEGAL. esconder texto no código.

mermão. se o google pega isso, e o que ele propôs também é coisa das mais básicas que o google rastreia e pune, a gente some das buscas sabe-se lá por quanto tempo.

eu disse pra ele. isso que você está me propondo é errado.

e ele. éééé. mas resolveria o problema.

criaria outro, muito pior. mas aquele probleminha que eu pedi pra ele resolver, ah, isso ele SUPER resolveu. parabéns.

menino designer must go.

sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Dartagnan

lulu santos fez a barba e agora parece dartagnan. com aquele tringulinho de pelos logo embaixo da boca, e um topete gigantesco. ele tem a coleção de camisas mais pavorosas que eu já vi na minha vida.

o que há de errado com camisas lisas, meodeos? as dele, quando são brancas, são bordadas, têm transparências (juro), tem florzinhas em alto relevo.

só precisava desabafar. era isso.

pela atenção, obrigada.

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Acordei sobressaltada e temi, de verdade, que aquilo fosse uma crise de pânico. Fiquei com medo de ser fraca, de ser louca, de não dar conta da vida real. 2012 está sendo difícil. O mais difícil de todos. Eu ensaio dizer que o pior ano da vida depois que eu escolhi São Paulo, mas seria leviano. Seria errado e injusto com toda a vida que eu tenho fora das paredes de um escritório. Minha vida tem sido boa, o que mais eu poderia querer? Tenho uma casa sendo decorada, um namorado que me faz feliz, uma vida que eu sempre quis e que, quando chegou, era ainda melhor do que eu poderia imaginar. A vida real está aqui, era isso. E eu sou, de fato, feliz. Ocorre que em algum canto obscuro da minha mente eu me surpreendo questionando cada uma das minhas escolhas profissionais. Eu não sei o que eu queria, eu não sei o que eu esperava. Tudo o que eu tracei como meta, eu consegui. Eu quis sair da firma colorida, quis ir pra wonderland, quis sair de wonderland, quis ir pra firma nova. Tou aqui, não estou? Por que diabos então eu olho em volta e nada parece bom? Cada hora do dia custa, tudo é feio, é sem graça, é difícil? Eu me condiciono a passar pelos dias e traço planos infalíveis de não sofrer o processo, mas eu sofro. Cada segundo, cada revés, tudo incomoda, tudo pinica. Eu sinto falta das minhas pessoas, do meu trabalho, mas sobretudo daquela sensação de que tudo ia ficar bem, de que eu sabia o que eu estava fazendo e que era boa. Eu busco as mudanças, a vida fica um tédio quando eu caio na zona de conforto. Eu me despeço e sigo em frente sem olhar pra trás. Já no novo destino, tudo o que eu faço é olhar pra trás, é comparar as empresas, as pessoas, o trabalho. Eu tenho medo de mudanças, eu reajo miseravelmente mal a mudanças. Mas por que diabos então eu busco tanto essas mudanças? A zona de conforto não me interessa, mas essa imensa zona de desconforto também não me serve. Eu percebo a minha cabeça transformando coisas que poderiam ser boas em ruins, oportunidades em ameaças. E dá-lhe terapia, e acumulam-se as noites mal dormidas, acordando sobressaltada. Pensando que eu não dou conta de ir lá fora, de falar com as pessoas, de descobrir caminhos, de produzir. Faltam forças.

Achei que era crise de pânico, isso que eu nem sei como é, nem nunca tive. Mas que pesa nos ombros, desespera. Tive medo de não conseguir. Estou, ainda. Não sei como passar por isso. Estou tateando, elaborando, processando. Não tem conclusão nenhuma, ainda. Nem redenção.

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Baby steps

é só cansaço, mesmo. não tem muito o que fazer. começar de novo demanda muita energia, e eu estava precisando de férias. então, eu ainda credito tudo na conta da adaptação. passo pelos dias esperando o final de semana, me convenço de que a cada dia que passa, a vida acerta um pouquinho, e que antes que eu me dê conta de verdade, eu vou estar adaptada, mais descansada, mais dona do chão que eu piso.

por enquanto, a cada coisa que eu aprendo ou entendo, surgem mais outras que eu ainda preciso entender. na minha primeira conversa com o chefe que parece o otto, ele me disse. o menino designer é um recurso seu, e eu tenho questões com o trabalho dele. eu estava ali há três dias, tempo suficiente pra ver o trabalho do menino e achar, de fato, muito ruim. estava tateando, creditando essa primeira impressão ao momento. nada estava do meu agrado até ali, e era uma questão de ganhar perspectiva, mesmo. mas aparentemente não.

eu nunca demiti ninguém na minha vida. nunca. e eu já fui demitida, o que me coloca num lugar delicado de SABER a merda que isso significa para a pessoa. na entrevista, otto me perguntou se eu já tinha demitido alguém, e eu disse a verdade. e quando ele me perguntou como seria fazer isso, hipoteticamente é claro, eu disse que tentaria ser o mais franca e transparente possível. e aí eu chego e ele me diz que é escolha minha demitir ou não o menino designer. fui pro linkedin do garoto, e a experiência dele antes daqui é numa empresa meio piada no meio.

então eu fiz o que era natural fazer. vamos fazer o menino pedalar, tentar fazer dar certo, antes de tomar uma atitude mais drástica. e é nesse momento em que estamos. peguei toda a desorganização dele e mandei fazer uma lista, e me dizer claramente o que tá feito, o que não tá, o que ele ta fazendo, etc. ele espera que EU organize a lista dele. eu não vou fazer isso. eu preciso que ele se organize, ele crie um ritmo, ele atenda o que é esperado de alguém nessa posição. e ele fica ali sentado, esperando os pedidos.

tenho ficado bem irritada. tenho dado tarefas especificas, e tenho notado que ele enrola bastante. aparentemente, o cara que estava aqui antes de mim não se incomodava e fazer as filas do menino, e ele se acostumou com essa coisa de não cuidar do proprio trabalho. eu já repeti algumas vezes pra ele que não vou assumir esse papel. ele fica sentado, olhando pro meu monitor. se eu estiver no facebook, ele entende que ele também pode. ele fica sentado sem fazer nada esperando que eu me movimente pra ir embora, para que ele possa fazer o mesmo. ele está tateando, também. eu não estou nem aí pro quanto ele usa redes sociais, ou pra hora que decide vir trabalhar ou ir embora. eu preciso que a fila dele ande.

minha mãe chama isso de falta de expediente.

carta branca pra demitir. eu fico pensando em greys anatomy, quando os médicos precisam avisar a familia que o paciente morreu. certificar-se de que toda a informação seja passada de forma clara. não demonstrar emoção. eu sei que as duas coisas são bem diferentes, eu sei. mas é nisso que eu to pensando. eu não ia conseguir virar gestora sem passar por isso. sem precisar demitir alguém.

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

tem que aproveitar esses dias sem chefe pra atualizar o blog.

então, menina cara da ex roomate. tava stalkeando ontem no facebook e tinha uma foto dela com aquela bota de dedo pra fora. juro.

MANO.

daí hoje ela chegou melhorzinha, e eu pude ver as letras tatuadas no dedo. Começou a ficar apreensiva na hora do almoço e deu um grito, convocando quem quer que topasse pra almoçar no indiano na augusta.

topei. bora praticar amizade.

ela estava vestida com uma blusa de esqueleto da zara que é igual à minha. uma das minhas blusas favoritas, ali na minha frente, vestindo uma menina esquelética com um coque no alto da cabeça. eu disse que tinha uma blusa igual, e ela me mostrou um rasgo grande na altura da barriga. a sua também está assim? - perguntou, me mostrando outros rasgos. eu disse que tinha visto um furinho na manga recentemente, e que estava morrendo de pena de me desfazer da blusa. ela disse. eu gosto dos rasgos. eu gosto demais dessa blusa pra me desfazer dela por causa deles. eu acho que ela ganhou personalidade.

o almoço foi bem legal. ela é libriana, assim como eu. e também é fiel seguidora de susan miller. é meio maluquinha, e começou a me contar que foi casada com um cara até o início do ano, e que acaba de tomar um fora de outro cara. contou um monte da vida, e é uma figura interessante. falamos de terapia, do pé na bunda que ela tomou, do apartamento que está tentando comprar.

convenci a pobrezinha a fazer terapia. hoho.

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

reconhecimento de território

AS PESSOAS. eu passei os três primeiros dias me sentindo cansada, esgotada, demandada. muita informação de trabalho, muito nome pra decorar, muito rosto pra assimilar. um monte de meninas diferentes de mim. são mais coloridas e cheias de personalidade do que as que eu esbarrei em wonderland. brincam com texturas, têm tatuagens. usam sneakers engraçadinhos, camisetas divertidas. nada daquele estilinho executiva que eu aprendi a ter horror. 

ainda assim, não são as minhas pessoas. não sei bem como descrever essa tribo especificamente. elas são divertidas e engraçadas, tem uma acidez que eu gosto nas conversas. mas elas são, hum, diferentes. uma coisa meio periguete. papo de academia, sobre o horror de ter filhos e estragar os corpos. meodeos. como são magras. aparecem super montadas de manhã, e olha que eu faço parte das defensoras da maquiagem e do delineador. é mais que isso. elas montam os cabelos, esculpem topetes com laquê. são cheias de tatuagens, com seus sutiãs fluorescentes por debaixo das camisetas podrinhas. boas botas, boas camisetas. leggings. peças de roupa que eu até gosto separadamente, tudo junto e misturado, ali.

certamente, monotonia não fará parte do meu dia a dia. jamais verei um taillerzinho bem cortado e caro, com vincos errados, como eu cansei de ver na menina ruiva. e essa parte eu  to achando é ótema.

as tatuagens. meodeos, as tatuagens. tem de tudo. tribal, cachorrinhos, profusões de estrelinhas e coraçõezinhos, fazendo caminhos nos ombros e pulsos. tem essa menina com tatuagens horríveis nos dedos. parecem tatuagens de presidiária. uma letra no dedo indicador, um coraçãozão vermelho no dedo médio, uma outra letra no dedo anelar. essa menina, especificamente, me lembra a minha roomate número 2, aquela que eu descobri que era puta e nunca pude contar a história no blog antigo porque VEJAM BEM, eu tinha o ex amigo virando um psicopata e me ameaçando com qualquer coisa que eu escrevesse.

abre parêntesis. minha segunda roomate saiu da minha casa comigo tendo sérias suspeitas de que ela era puta de luxo. nada contra, cada um sabe de si, mas essa é uma informação que eu considero relevante na hora de escolher alguém pra dividir o espaço e as despesas. fecha parêntesis.

ela parece fisicamente, parece no estilo, nas tatuagens de presidiária, na gengiva que pula da boca quando ela sorri, na voz sussurrante e meio grave. até as bolsas grandes com estampas de cinema são iguais. se essa fulana aparecer aqui com botas que tenham os dedos pra fora (aquela coisa pavorosa que esconde a canela e mostra os dedos pintados de esmalte) eu sinceramente acho que cabe pedir um exame de dna. porque é muita coincidência.

(o mais engraçado é que hoje ela chegou com uma cara de enterro. abraçou o chapeleiro maluco - a quem passarei a chamar de lulu santos, hoho, igual - e respirou fundo, com lágrimas nos olhos e voz embargada. ele levou ela pra sala de reunião, e eu achei que tinha morrido alguém MESMO. mas agora há pouco rolou uma piadinha que ela devia trocar a esteira por uma aula de boxe pra botar pra fora toda a raiva, pra imaginar a cara de alguém no lugar do saco e mandar ver na porrada. e eu fiquei pensando na tatuagem de letra com o coração no meio, como é que ela vai apagar aquela merda do dedo, mermão.)

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

carola faz nosejob.

a piada da semana é que carola tirou férias. no meio dos escombros do projeto antigo em wonderland, ela ainda existe, junto com duas estagiárias fofas.

carola tirou férias, se internou e foi fazer um NOSEJOB.

é isso, brasil. porque vilã que se preze tem que ter nariz de plástico. to falando isso porque apesar de defender cá comigo que ela parece muito mais velha do que de fato é, e que uns tratamentinhos ali até que fariam diferença. o nariz não configurava problema. era normal, proporcional. não era assim tipo o meu, veja bem, que eu sempre me gabo de ter sido tão incrivelmente esculpido (hoho), mas era um bom nariz. um nariz que servia aos seus propósitos de respirar e de harmonizar com o resto do rosto, com os cabelos de chapinha e petequinha de poodle no alto da cabeça.

comecei com serena e ana a fazer uma corrente de orações, pedindo a são michael jackson que proteja sua recuperação.

mas aí ela bota as duas estagiárias pra trabalhar NO MEIO DO FERIADO, e liga diretamente from hell do hospital pra saber se elas estão no escritório.

MANO. que são michael jackson que nada. eu quero é mais que os médicos tenham implantado UM SEGUNDO NARIZ, bem no meio das bochechas dela.